quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Os dilemas do "novo" Benfica

A venda de Javi Garcia e de Witsel fará regressar a temeridade romântica do Benfica campeão? 
No rescaldo do mercado de transferências, o treinador do Benfica, que até vinha ensaiando um sistema de 4:4:2, encontra-se perante o dilema entre o regresso ao passado feliz do seu primeiro ano de águia ao peito, jogando com um trinco dois jogadores nas alas e um nº 10 nas costas de uma dupla de avançados. Se o Benfica jogou nessa já longínqua época um futebol de encantar, fazendo alarde desse sistema, não deixa de ser verdade que desta vez já não existe Ramires, nem Witsel. Quem fará os equilíbrios na zona central do terreno? Com jogadores como Carlos Martins, Bruno César, Enzo Perez ou Sálvio, este 4:4:2 parece mais próximo, pelas características destes, de 4:1:3:2, dependente em absoluto da sua capacidade de pressão alta para impedir as transições rápidas dos adversários. 

A outra possibilidade é Jesus optar por jogar com um duplo pivôt no centro, com Matic a trinco e Carlos Martins ligeiramente mais avançado, com dois extremos mais abertos, Aimar na batuta e um ponta de lança. Esta ultima possibilidade parece menos verosímil, dado que, com a presença de três finalizadores como o Cardozo, Lima e Rodrigo seria contraproducente abdicar de dois em simultâneo, para além deste duplo pivôt não significar por si só mais capacidade de pressão e/ou recuperação de bola. Carlos Martins não tem a capacidade táctica para ser um oito de corpo inteiro e Aimar hoje em dia está mais para muleta do finalizador do que para apoio defensivo.

No meio destes conflitos resta saber o papel que o treinador estará disposto a reservar aos meninos da equipa "B". Seja como for, o segredo serão sempre as dinâmicas e a capacidade de táctica dos jogadores, quanto melhor reproduzirem as ideias do técnico, melhor saberão disfarçar o abrupto enfraquecimento da sua equipa. A ver vamos.



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