A insensatez anda de mãos dadas com a paixão incondicional dos adeptos. Alguns, pouco avisados ou pouco inteligentes, caem na tentação da fuga para a frente, sem considerar as consequências.
As manifestações de desagrado que começam a germinar na Luz, contra o presidente e o treinador pretendem influenciar o futuro imediato, hipotecando o caminho recente. Onde estava o Benfica à dez anos? Onde está agora? Para onde caminha?
Os adeptos do Benfica são exigentes. Querem ganhar sempre e isso é bom. Mas por vezes é preciso saber perder para não deixar de ganhar. Destruir todo um projecto de sustentação por não se ter ganho um campeonato não é boa política. Há que avaliar as causas do insucesso e ir a jogo, outra e outra vez.
Falando de causas para o insucesso da época que se aproxima do fim, parece que a principal razão terá sido a falta de mãos para tocar vários instrumentos. Na altura das decisões, tendo a equipa sido confrontada com várias frentes de competição, teria sido prudente estabelecer prioridades e apostar aí as fichas todas, ao invés da utopia do sucesso total com as consequências que estão à vista.
Se se colocam dúvidas sobre a competência de Jesus no que toca à boa gestão dos seus efectivos, demonstrando até falta de inteligência, ao se entregar a caprichos de teimosia (vidé o caso Emerson) não menos importante será a falta de capacidade de gestão da componente desportiva por parte da direcção de LFV para, em conjunto com o seu treinador, impor objectivos e prioridades. Neste caso, talvez fosse importante encontrar um elo de ligação mais efectivo e conhecedor profundo dos aspectos técnicos do futebol (aspecto em que o presidente é deficitário), uma espécie de Manager sem o ser, de forma a corrigir aquela que parece ser a verdadeira lacuna na estrutura do futebol benfiquista.
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