Para quem gosta de lêr, para quem não gosta. Para quem gosta de futebol, mas sobretudo para quem gosta de estórias mais ou menos caricatas envolvendo o desporto rei, eis um livro interessante e cheio de boa disposição, para espreitar e ir lendo, por entre as emoções fortes da liga, seja a tuga, a espanhola, a inglesa ou a dos campeões. O autor é jornalista de A Bola e já antes tinha lançado "366 histórias de futebol", envolvendo a mesma temática.
"Nunca ninguém viu o primeiro golo de sempre exibido pela SIC. Ou pelo menos, nunca ninguém o viu na televisão. Foi um petardo de Balakov a Silvino, aos 12 segundos. E o canal privado, que se estreava naquele dia nos jogos televisivos, só mostrou a nuvem de fumo dos petardos que a claque benfiquista tinha lançado. Balakov é um dos 101 Cromos da Bola deste livro. Outro é Sousa Cintra, que o foi buscar ao desconhecido Etar da Bulgária. O mesmo dirigente que anos antes, no Cairo, "roubara" Amunike aos concorrentes do Duisburgo - numa história caricata que só se resolveu no aeroporto, com sportinguistas a puxarem o jogador por um braço e alemães pelo outro.
Rui Miguel Tovar desenterra as histórias todas do baú, apresenta 101 cromos, de treinadores (como Béla Guttmann ou Mourinho), de presidentes, e até de um árbitro, Jorge Coroado, que nunca perdoou a Canigia por lhe ter chamado "hijo de puta" no dérbi. Expulsão imediata, com custos pesados: ameaças de pistola e uma facada de um adepto enfurecido. "Falhou o alvo mas estragou-me o casaco", recordaria Coroado. "A sorte dele é que conseguiu fugir. O azar é que lhe fiquei com a faca."
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