sexta-feira, 17 de abril de 2015

David Luiz e o túnel da alma


Confesso que nunca confiei particularmente nas qualidades de David Luiz enquanto defesa central. Não obstante tratar-se de um defesa rápido e com forte poder de impulsão, o seu sentido posicional e o gosto pela temeridade ofensiva levam-no a transgredir vezes demais as suas competências individuais, colocando em cheque a estratégia da equipa.

Vem a propósito a questão dos túneis. A primeira mão dos 1/4 de final da Liga dos Campeões 2014-15 na qual o “seu” PSG foi derrotado em casa pelo Barcelona de Suarez, ficará decalcada para sempre num avesso da memória do jogador, ombreando com os 7-1 das 1/2 finais do Mundial 2014, contra a Alemanha. Tudo porque o bom do David, tantas vezes Golias de estilo rebelde e sorriso malandro de futebolista de rua, foi protagonista involuntário de duas cuecas de tamanho XL que o Drácula uruguaio fez questão de lhe oferecer, aquando da sua visita à Cidade Luz.

Como sinal dos tempos, o Brasil, outrora exportador dos mais requintados espécimes de “zagueiros”, passa actualmente por um período de pousio à qual não será alheia a estagnação ao nível de metodologia de treino e capacidade de reinvenção canarinha verificada no actual século. Só assim se explica que a dupla de centrais de uma selecção tão conceituada quanto a brasileira, não disponha presentemente de líderes de classe mundial no derradeiro reduto da linha recuada. Jogadores como Ricardo Rocha, Ricardo Gomes ou Aldair ainda são; na época actual; referências inigualável como referências maiores do futebol sambado.
Á excepção de Thiago Silva, tudo o que resta de alternativas para o centro defensivo da selecção canarinha são pouco mais do que flops, elevados á escala mundial por terem nascido com o cú para a lua que é como quem diz, por razão de competentes agênciamentos ou da publicidade mediática. Lá diz o outro, mais vale cair em graça do que ser engraçado o que justificará a um jogador garantir os seus 15 minutos de fama no maior espectáculo do Mundo. 

David Luiz, granjeou fama mais à custa do seu estilo ligeiro e da alegria descarada com que afronta os dramas de um jogo da futebol do que pela sua competência enquanto central. Por estes dias alia aos seus méritos enquanto futebolista ao protagonismo em rábulas de humor ácido que se têm multiplicado na imprensa e pelas redes sociais. Parece que estava em inferioridade física, mas da fama ninguém o livra.

Digo-o eu, que não percebo nada disto. O mais certo é David Luiz e Dante serem mais do que aquilo que parecem ou as pedras serem seres vivos.

Pelo sim pelo não, quando for grande quero ter uma cabeleira farta e ser estrela da bola ou outra coisa qualquer.

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