quarta-feira, 29 de abril de 2015

Hot Cherrie

Há pouco tempo apeteceu-me jogar FM e escolhi a Liga Inglesa. Para a coisa ter mais interesse decidi pegar numa equipa do Championship, que equivale a uma segunda divisão, mas fiquei indeciso. Para facilitar a minha decisão fui ao Google Earth procurar por um clube que fosse representativo de uma cidade costeira a sul mas que não fosse  Portsmouth, que me podia trazer pesadelos recorrentes com a fronha do Pedro Mendes – Cruzes canhoto! Foi então que dei de caras com Bournemouth, cidade simpática, de extenso areal onde o cinzento me pareceu menos sorumbático, no sudoeste da velha Albion. Em que é que a localização é importante para um simulador de jogo? Nada. Apeteceu-me, pronto. Podia procurar por simbologia alusiva a produtos frutícolas ou pelo rácio de habitantes com problemas de continência, mas optei pela geografia, sempre soa menos a palermice.

Tal vem a propósito da inevitável ascensão do Athletic Football Club Bournemouth à Premiership na época 2015/16. Em 2008 o clube gravitava na Division Two, o equivalente a uma quarta divisão, vivenciando a maior crise financeira da sua modesta história na sequência da qual lhe foram subtraídos 17 pontos e viu-se em risco de ser relegado para a subcave das competições inglesas para apodrecer num qualquer afluente da Conference League.

Sob o comando de Eddie Howe, ex-jogador do clube, os Cherries viriam a conhecer uma ascensão meteórica que, em seis épocas, os conduziriam à glória eminente, que, a acontecer será a primeira vez numa estória que começou em 1899. Até aqui, o melhor que tinha para contar à descendência haviam sido as três épocas em que gravitou na segunda divisão, entre 1987 e 1990 sob os auspícios de Harry Redknapp, com quem se sagrara campeão da terceira divisão, na época de 1986/87.


Por este clube passaram Harry Redknapp, jogador, o seu filho Jamie, que ali fez a sua estreia com a precoce idade de 16 anos, Darren Anderton, Jermain Defoe, Steve Fletcher ou o icónico George Best.

No mundo virtual, em duas épocas, subi do Championship para a Premierleague e daí para a Europa foi um ápice. Mas isso aconteceu no PC, já agora à custa de muito restart. Quanto ao Bournemouth de carne e osso, não restará outra alternativa do que viver a sua doce utopia  entre os maiores de Inglaterra, como se fosse a última e esperar que entre fantasia e realidade a diferença não seja assim tão infinita.

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