Há
pouco tempo apeteceu-me jogar FM e escolhi a Liga Inglesa. Para a coisa ter
mais interesse decidi pegar numa equipa do Championship, que equivale a uma segunda
divisão, mas fiquei indeciso. Para facilitar a minha decisão fui ao Google
Earth procurar por um clube que fosse representativo de uma cidade costeira a
sul mas que não fosse Portsmouth, que me
podia trazer pesadelos recorrentes com a fronha do Pedro Mendes – Cruzes
canhoto! Foi então que dei de caras com Bournemouth, cidade simpática, de
extenso areal onde o cinzento me pareceu menos sorumbático, no sudoeste da
velha Albion. Em que é que a localização é importante para um simulador de
jogo? Nada. Apeteceu-me, pronto. Podia procurar por simbologia alusiva a
produtos frutícolas ou pelo rácio de habitantes com problemas de continência,
mas optei pela geografia, sempre soa menos a palermice.
Tal
vem a propósito da inevitável ascensão do Athletic Football Club Bournemouth à
Premiership na época 2015/16. Em 2008 o clube gravitava na Division Two, o equivalente a uma quarta divisão, vivenciando a maior crise financeira da sua modesta história
na sequência da qual lhe foram subtraídos 17 pontos e viu-se em risco de ser
relegado para a subcave das competições inglesas para apodrecer num qualquer
afluente da Conference League.
Sob o
comando de Eddie Howe, ex-jogador do clube, os Cherries viriam a conhecer uma ascensão meteórica que, em seis
épocas, os conduziriam à glória eminente, que, a acontecer será a primeira vez
numa estória que começou em 1899. Até aqui, o melhor que tinha para contar à
descendência haviam sido as três épocas em que gravitou na segunda divisão,
entre 1987 e 1990 sob os auspícios de Harry Redknapp, com quem se sagrara
campeão da terceira divisão, na época de 1986/87.
Por este clube passaram Harry Redknapp, jogador, o seu filho Jamie, que ali fez a sua estreia com
a precoce idade de 16 anos, Darren Anderton, Jermain
Defoe, Steve Fletcher ou o icónico George Best.
No mundo virtual, em duas épocas, subi do Championship para a Premierleague e daí para a Europa foi um ápice. Mas isso aconteceu no PC, já agora à custa de muito restart. Quanto ao Bournemouth de carne e osso, não restará outra alternativa do que viver a sua doce utopia entre os maiores de Inglaterra, como se fosse a última e esperar que entre fantasia e realidade a diferença não seja assim tão infinita.
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