Na senda
de uma corrente tão comum no dirigismo desportivo português, Bruno de Carvalho
faz alarde de ser alarve mesmo quando ninguém lhe pede para abrir a boca. É
claro que vivemos num país (cada vez menos) livre (!?) mas isso não significa
que possamos ou devamos cuspir perdigotos para os olhos das pessoas sempre que
nos der na real gana. Por uma questão de dignidade e de respeito por nós mesmos
e os nossos.
O
Presidente do Sporting tem o direito a ser imbecil. Naquele tom gutural de
betinho reguila, BdC, aproveita todos os momentos para insuflar o peito de ar e
investir sobre tudo e contra todos, ao jeito de mártir incompreendido. Bem
sabemos como acabam aqueles que se deixam ofuscar pela ilusão do seu reflexo no
espelho. Há muitos como ele, no desporto e fora dele, para quem a fuga para a
frente, mais do que um projecto de carreira é uma (estranha) forma de vida. Ah
fadistas!
Fazendo
uso de uma modernaça política comunicativa, Bruno de carvalho aproveitou mais
uma vez as redes sociais para curar a azia do insucesso das modalidades do
clube. Vai daí, de uma penada, tratou de culpar o Mundo (mais uma vez) pela sua
desgraça. Segundo ele, O campeonato de Andebol, a taça de Hóquei e o nacional
de Futsal, foram perdidos por erros de arbitragem.
É natural
que, para quem trabalha 24 horas para e pelo clube, não reste muito tempo para
análises aprofundadas ou para debater as verdadeiras razões do insucesso, mas
convinha, para bem das novas auroras floridas, que o relatório não se resumisse
a um copy past estafado, redutor e
minimalista dos arquivos do passado. Algo contraditório para quem se insurge
tão eloquentemente contra os seus protagonistas internos.
Aprender a
ganhar faz-se também (e muito) da dignidade com que se encara a derrota e se
aceita o mérito dos vencedores (Convenhamos que neste particular não existem
diferenças entre os três maiores clubes de Portugal e a dor de corno é um mal
que ataca todos). Quem conseguir decifrar os sintomas dos tempos e as suas
tendências, mais capacitado irá estar para ganhar mais vezes.
Se bem que
existam bruxas e que nem sempre ganhem os melhores, ninguém no fundo acredita
que o tal sistema seja SEMPRE responsável pela incompetência. Por essas e por
outras é que certos Estados se vão adiando, comprometendo o seu futuro e
adulterando o passado…
Por falar
em Estado, a ele se dirigiu o inflamado presidente dos leões, exortando a intervenção
deste para a moralização do desporto nacional. Ao pedir a tomada de posição do
Estado, BdC está a sacudir a água do capote e a assumir a incapacidade dos
dirigentes desportivos portugueses para enfrentar os seus próprios desafios.
Bem vistas as coisas, até nem fica mal a Bruno de Carvalho este arremedo de
humildade. O que se estranha é a tamanha ingenuidade de pensar que quem menos
faz pela moralização das instituições se proponha ao desconhecido. Sorte tem o
presidente leonino se aqueles a quem se dirige não inventarem uma taxa para a
verborreia. Se as palavras pagassem imposto, BdC tinha de arranjar um mealheiro
para não se endividar… ou então um investidor angolano.
Bruno de
Carvalho devia recorrer a acompanhamento especializado em patologias do foro
psicanalítico. Talvez Freud possa explicar os seus complexos de perseguição e
sua tendência para a conflitualidade. Às vezes o silêncio pode ser mais avisado
do que o ruido inócuo. Tal não devia segredo para alguém que é um poço de
virtudes. Mas talvez isso não interesse para nada.
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