
O
Presidente do Sporting tem o direito a ser imbecil. Naquele tom gutural de
betinho reguila, BdC, aproveita todos os momentos para insuflar o peito de ar e
investir sobre tudo e contra todos, ao jeito de mártir incompreendido. Bem
sabemos como acabam aqueles que se deixam ofuscar pela ilusão do seu reflexo no
espelho. Há muitos como ele, no desporto e fora dele, para quem a fuga para a
frente, mais do que um projecto de carreira é uma (estranha) forma de vida. Ah
fadistas!
Fazendo
uso de uma modernaça política comunicativa, Bruno de carvalho aproveitou mais
uma vez as redes sociais para curar a azia do insucesso das modalidades do
clube. Vai daí, de uma penada, tratou de culpar o Mundo (mais uma vez) pela sua
desgraça. Segundo ele, O campeonato de Andebol, a taça de Hóquei e o nacional
de Futsal, foram perdidos por erros de arbitragem.
É natural
que, para quem trabalha 24 horas para e pelo clube, não reste muito tempo para
análises aprofundadas ou para debater as verdadeiras razões do insucesso, mas
convinha, para bem das novas auroras floridas, que o relatório não se resumisse
a um copy past estafado, redutor e
minimalista dos arquivos do passado. Algo contraditório para quem se insurge
tão eloquentemente contra os seus protagonistas internos.

Se bem que
existam bruxas e que nem sempre ganhem os melhores, ninguém no fundo acredita
que o tal sistema seja SEMPRE responsável pela incompetência. Por essas e por
outras é que certos Estados se vão adiando, comprometendo o seu futuro e
adulterando o passado…
Por falar
em Estado, a ele se dirigiu o inflamado presidente dos leões, exortando a intervenção
deste para a moralização do desporto nacional. Ao pedir a tomada de posição do
Estado, BdC está a sacudir a água do capote e a assumir a incapacidade dos
dirigentes desportivos portugueses para enfrentar os seus próprios desafios.
Bem vistas as coisas, até nem fica mal a Bruno de Carvalho este arremedo de
humildade. O que se estranha é a tamanha ingenuidade de pensar que quem menos
faz pela moralização das instituições se proponha ao desconhecido. Sorte tem o
presidente leonino se aqueles a quem se dirige não inventarem uma taxa para a
verborreia. Se as palavras pagassem imposto, BdC tinha de arranjar um mealheiro
para não se endividar… ou então um investidor angolano.
Bruno de
Carvalho devia recorrer a acompanhamento especializado em patologias do foro
psicanalítico. Talvez Freud possa explicar os seus complexos de perseguição e
sua tendência para a conflitualidade. Às vezes o silêncio pode ser mais avisado
do que o ruido inócuo. Tal não devia segredo para alguém que é um poço de
virtudes. Mas talvez isso não interesse para nada.