Ora a ideia é apostar na formação para
alimentar a equipa principal. Pois. Luís Filipe Vieira fala por uma meia
verdade. É certo que o presidente do Benfica anunciou pomposamente e por
decreto, uma equipa recheada de craques made
in Seixal, e logo cinco (!). Nem mais nem menos. Uma mão cheia de panfletos
para ilustrar o sucesso de uma década de investimento.
É inegável que LFV muito tem feito por
uma das suas bandeiras predilectas, desde que pela primeira vez tomou posse
como líder da marcha vermelha. A formação do jogador á Benfica, nado e criado
na fábrica de talentos erigida para transformar a matéria, começou por ser uma
quimera, após sucessivas gestões ruinosas e com a construção do actual estádio,
que transformaram o clube numa entidade nómada, até começar a ver a luz do dia
e a pronunciar auroras floridas (as papoilas saltitantes).
Ao assentar arraiais na margem sul, o
clube soube construir uma estrutura sólida e competente, aliando num mesmo
espaço físico, a tecnologia de ponta e os melhores métodos e profissionais.
Inebriado pelo entusiasmo, Vieira, anunciou para breve a espinha dorsal da
Selecção Nacional. É certo que o tempo é relativo, como as palavras. Nesta
história de meias verdades, LFV bem podia estar a referir-se à sociedade
global, estendendo os seus horizontes para lá das fronteiras lusitanas.
Com o dealbar da década, o Centro de
Estágio do Seixal parece ter encontrado o seu ritmo ideal na produção de
talentos. Dali têm saído nos últimos anos craques a troco de somas consideráveis.
Como se diz da galinha, antes de o ser já era. Como se de um fenómeno se
tratasse, o clube tem conseguido exportar os valores da sua cantera sem que o seja por via de uma
natural exposição através da equipa principal. Se André Gomes chegou a ver a
fazer alguns jogos na primeira equipa, outros como Bernardo Silva, Ivan
Cavaleiro ou Miguel Rosa, entre outros, pouco ou nada levaram para contar.
Jesus sempre preferiu ganhar mais algum em comissões. Hábitos antigos…
Num plantel com vinte e cinco jogadores,
dos quais cinco provenientes da equipa “B”, os sintomas apontam para mais um facelift profundo na base da equipa.
Taarabt e Carcela, ambos internacionais marroquinos já assinaram, Zivkovic,
está a caminho e os murmúrios apontam para outros mais. Mesmo dando de barato
que Samaris, Pizzi, Gaitán, Talisca e Maxi poderão estar de partida, a política
desportiva do clube da Luz evidência uma tendência para a circulação de
jogadores que poderá não ser producente para um treinador acabado de chegar e com a pressão de substituir um técnico bicampeão.
No meio desta sangria desatada onde a
Luz parece um entreposto de comercial, sobram dúvidas quanto ao efectivo
aproveitamento de jogadores como Gonçalo Guedes ou João Teixeira os quais
deverão estar talhados para outros voos mas longe da Luz, pela mão de Jorge
“Midas” Mendes, já para falar das paletes que pululam no Seixal, à espera,
quiçá, do mesmo destino.
A Rui Vitória caberá a última palavra,
ou talvez não (estrutura oblige).
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