Os confrontos de domingo à tarde, nas imediações do Estádio do Dragão foram a consequência óbvia das palavras acicatórias de Bruno de Carvalho e Pinto da Costa, mais daquele do que deste, que andaram entretidos entre bocas e afectos mal consumidos, preparando os acontecimentos com o requinte de autênticos pirómanos.
Costuma dizer-se que quem anda à chuva molha-se mas nestes casos é mais apropriado falar-se em fogo que arde e que se vê. Fogo ateado sistematicamente por aqueles que têm mais responsabilidade nos clubes e que, por isso deviam ser os primeiros a promover comportamentos ponderados. Mas não, ao longo dos anos, salvo raras excepções, os responsáveis máximos dos clubes insistem em instigar a animosidade desviante dos seus adeptos e a construir um fosso entre a rivalidade e o fair play.
Haverá quem goste do estilo, quem ache que é assim que se constroem identidades, mas esquecem-se que desta forma se ajuda a denegrir a imagem de uma industria que deve ser preservada como paixão aglutinadora e potencialmente das mais rentáveis de um país à mingua de bons exemplos de produtividade.
Se um destes dias se lamentarem mortes, a responsabilidade deve ser assacada aqueles que semeiam tempestades a não ser que a Justiça insista em ser branda com os delatores. Mas nesse dia o mais certo é assobiar-se para o lado julgando o agressor e o comportamento desviante do indivíduo anónimo que na base da hierarquia andou escondido sob o manto protector dos caciques do Futebol português.
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