Dói muito. Dói muito ser enrabado pelo Estado, a seco e sem dinheiro para as compressas. Servir de tampão para a crise, essa puta que vai com todos, de Cavacos a Guterres, de Barrosos a Sócrates, a Passos. A culpa é da crise, a crise não tem rosto. A crise não sabe quem quer, não quer saber, a crise quer é comer, para alimentar o farto bandulho dessa cambada de delinquentes que nos anda a atirar areia para os olhos à mais de 30 anos. Deixem-me falar, deixem-se gritar, quero gritar: FODA-SE! Chega de histórias de buracos negros, de contas por explicar. CHEGA DE REGABOFE! Ouçam-me POLITICOS DE MERDA, vocês hão-de matar-nos à fome e depois, quem alimentará o pagode? Inventam outro país de faz de conta para começar tudo de novo? A crise manda, a crise obriga. Se a gente não obedece a crise castiga. VÃO PARA O CARALHO! Não quero saber, já resta tão pouco se nos tiram até a dignidade... Ouçam bem, seus bandalhos: Se amanhã houver sangue, se do meio da rua brotar uma força maior, feita da paixão dos desesperados, querem saber de quem é a culpa? a culpa é da crise, seus FILHOS DA PUTA!
Escutem este clássico de José Mário Branco: Parte 1 e 2