Anteontem, dia 7 de Outubro de 2011, a selecção nacional de futebol venceu a Islândia por 5-3 cumprindo a sua obrigação. Agora, "só" falta 1 pontinho para carimbar o passaporte para a viagem à Ucrânia e/ou á Polónia. Razões portanto para o habitual exacerbar do patriotismo e da alma lusitana que nestas alturas é ressuscitado, como a memória de um antepassado de à muito. A coisa dura tanto quanto um orgasmo, o suficiente para percebermos que tudo não passou de one night stand sem direito a sentimentos vinculativos de amor ou paixão. É que isto do Ser Português vai sendo coisa cinzenta, própria de uma terra sem regras onde a
Justiça tem duas faces distintas, fazendo-se na justa proporção do nosso papel na sociedade.
Num país em crise económica, a ultima coisa a perder é a face, a dignidade e esta mantém-se por força de uma Justiça justa, o refúgio derradeiro onde o cidadão deposita a salvação dos seus princípios, os seus direitos e os seus deveres consagrados na constituição. O que é que isto tem a ver com futebol e com a selecção? tudo e nada. Tudo, se a coisa da Lei for a causa séria onde o orgulho de ser português se manifeste num impulso de verdadeira paixão exaltada na vertente desportiva. Nada, se a lei for um artefacto inócuo para servir interesses camuflados dos artistas do poder mesquinho e oportunista que à muito insistem em roubar aqueles de quem se dizem representantes.
De uma maneira vil e descarada, a justiça deste país das bananas desenrascou Isaltino pelos serviços prestados à nação sob a forma de um "incidente" processual ilegal. O fantástico "erro" de direito levado a cabo pelo tribunal de Oeiras parece tão básico que cheira esturro, numa altura em que os crimes de que é acusado o sr. presidente da câmara de Oeiras estão á beira da prescrição. Fantástico não é?
Fantástico no meio disto tudo é a bonomia com que os portuguesinhos insistem em assistir ás afrontas dos Isaltinos, das Felgueiras, dos Sócrates, dos Valentins e demais delinquentes travestidos de políticos que, neste teatro de vão de escada vão crescendo como ervas daninhas com a complacência do Procurador da República, sempre pronto a assobiar para o lado quando passa o andor.
Se querem saber, Fantástico mesmo foi o golo de Eliseu à Islândia, puro momento de inspiração, próprio de one night stand. Apetece dizer, que quanto mais conheço este país mais gosto de Futebol e nem me importo com os amúos de primadonas dos nossos jogadores, ou sequer, das suas maleitas oportunas. Prefiro-as aos resultados de secretaria da justiça portuguesa. Se perguntarem aos islandeses, capazes de meter na cadeia um primeiro ministro por responsabilidade na crise económica, preferirão 5 x mil golos daqueles a pactuar com as figuras tristes dos seus governantes.
Na terça-feira tenho um feeling de que vamos empatar à Dinamarca, com um golo de Rolando, em fora de jogo e no ultimo minuto, só pelo gosto de manter viva a tradição fadista portuguesa. No fim cantaremos orgulhosos (enquanto durar o orgasmo) o orgulho de sermos os maiores. Só espero é não me embriagar e desatar a cantar o refrão de outra canção: Isaltino, ladrão, volta para a prisão!
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